quarta-feira, 10 de outubro de 2007

De espelhos e poços

A fiel jardineira abandonou as flores do seu jardim e eu por lá vagueei até descer ao poço onde fiquei às escuras. Tacteava a parede do poço mas não conseguia passar para o outro lado. Parei no tempo, no livro, e não o conseguia acabar. Todos os dias olhava para o jardim mas as flores não mudavam. Les fleurs ne changeait pas. Tinha a certeza do número sete, mesmo sem saber da maldição do espelho. Ah... se soubesses como era fácil anular a maldição: atirar sal para trás das costas! Sal, percebes? Ou esperar uma hora sem mexer nos fragmentos e só depois limpá-los. Ou, ou...

Mirror, mirror, on the floor!

No início de Outubro saí do poço e acabei o livro. Sete dias depois a fiel jardineira revelou a maldição do espelho. Não volto a ler mais Murakami nos próximos tempos. Preciso de um coração mais leve. E de mais notícias da jardineira!

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